terça-feira, 29 de abril de 2014

Quase...

Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: "Ei, não quer conhecer minha casa nova?" Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro. Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Se você não soube por ninguém, eu mesmo te conto – Ontem eu fui atrás de você, mais ou menos 10 horas da noite porque não estava aguentando de saudade, tentei te ligar antes mas o celular como de costume estava no mudo por isso você nunca me atende (é o que você sempre diz). Meus amigos falam que você não quer saber de mim, que eu ando fantasiando muito, te desejando muito que eu não passo de um 'mero apaixonado compulsivo' eles me chamam disso, letra por letra, eu não entendo, confesso! Por que não te achei semana passada? E ontem? por que você não me respondeu? Por que nunca consigo te ver? Não, eu não estou dando ouvidos aos meus amigos, juro! Mesmo até hoje você não ter falado eu sei que você gosta de mim – ou será que eu quero acreditar nisso? Ah, não importa… Me falaram que você saiu com outra pessoa no final de semana, não, não eu não acreditei eu confio em você, nunca você iria mentir pra mim eu te amo muito eu não estou cego, é verdade não é? Diz pra mim, fala… Quando puder me liga, faz semanas que nem ouço sua voz mas eu continuo te amando tá? Quando você precisar de novo de mim pode me procurar eu vou te ajudar amor, eu faço tudo pra te agradar eu sei que não o que você merece mas eu vou conseguir dar tudo que você quiser só pra te ver bem, eu não peço nada em troca, só que você me atenda, só que você deixe-me gostar de você, só que você me iluda, continue me iludindo porque é assim que eu to, iludido… Iludido que você me ama, que você é tudo que eu sempre quis, finjo que realmente seu celular sempre esta no mudo, que você não saiu com ninguém que você só tem olhos pra mim, mas eu sei que é mentira, eu sei que você nunca vai me merecer, eu sei que você nunca vai ser feliz comigo porque meus amigos estão certos, eu mereço mais do que você, eu mereço alguém que me ame na mesma intensidade e fazer planos com você é como escrever num papel higiênico e limpar a bunda em seguida! Mas enquanto eu estou cego por você eu vou continuar nessa, mas aproveita, aproveita muito porque quando eu perceber que você não me merece eu vou sumir, vou sumir e ser feliz sozinho ou não, eu vou estar bem só pelo fato de ser a melhor coisa que você nunca teve. Vou ficar melhor ainda em saber que você foi e sempre será a pior coisa que eu nunca tive.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Príncipe Encantado

"E viveram felizes para sempre!". Quando eu era pequena eu ouvia, assim como você, a história dos príncipes encantados. A princesa estava em perigo, o amor era a salvação, o príncipe aparecia e tudo tinha um belo final, com passarinhos cantando, bules falantes e cavalos brancos com asas. Hoje acho mais fácil encontrar um bule que converse, um passarinho cantando Frank Sinatra e voar nas costas de um cavalo branco do que encontrar um príncipe encantado. Não que os príncipes não existam, o problema é que eles perderam o encanto! O que fazia um príncipe ser encantado? Seu cavalo branco (alado ou não)? Sua ligação com a realeza? Seus milhões? Sua bela forma física? Sua roupa justa e sua capinha? Não, não. O que o fazia ser era o seu encanto. E encanto não se compra, não se adquire, ou se tem ou não se tem, não há meio termo. Não há príncipes quase encantados, e a única coisa que você ganha beijando sapos esperando que virem príncipes é "sapinho", às vezes, literalmente. Os tempos passaram e os príncipes mudaram. Largaram os cavalos brancos e agora querem surgir montados em Ferrari, Cherokee, ou Honda. Esqueceram de matar o Dragão para salvar o amor e passaram a pegar tudo quanto que é "dragão" que surge na reta. Trocaram a calça justa e a capa por roupinhas de playboyzinho compradas em qualquer Vide Bula da vida. Deixaram de colecionar virtudes e batalhas vencidas contra o mal para somar amores de uma noite. Se tornaram tão dignos que não dá para saber se é melhor amar a bruxa ou o príncipe. E não adianta jogar as tranças, comer a maça, cantar à beira mar, porque eles só vão olhar para você se suas formas compensarem meia hora de diversão. Romantismo? Jamais! Caso demonstre alguma ponta de romantismo você será chamado de pegajoso, grudento, ultrapassado, e perderá seu "príncipe". Agora, a maioria é assim, mas não são todos. Em algum lugar, em algum canto deve haver ainda os príncipes encantados. O negócio é "dar faxina no seu castelo", ajudar todos "anões" que surgirem pelo caminho, ensinar as "feras" a ler, até encontrar o príncipe encantado. Tudo bem, é até perdoável jogar a trança de vez quando para um príncipe falso e sem encanto subir ao quarto (ninguém é de ferro), mas eu não desisto de vestir aquela bela roupa, perder o salto pelas escadas e se minha carruagem virar abóbora, não ligo, a última moda é o bio-combustível, não é? Se nada der certo, desisto! Espeto meu dedo numa agulha, durmo 100 anos e espero ser acordado. Caso também não funcione. eu compro um despertador potente, um bela garrafa de vodka e desperto pronto para a próxima. Que seja por um dia, uma hora, ou anos, mas que venham príncipes, que venha amor, que venha encanto. E viva os príncipes realmente encantados e os que permanecem fiéis aos sonhos e ainda acreditam no amor, e em todo o seu encanto, momentâneo ou eterno, mas encanto! (créditos /eusoqueriaumcafe)