quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Ele escolheu não sentir. Simples assim, frio assim, como quem escolhe uma roupa de manhã. E ele sempre achou isso o máximo, certo de que era muito forte e que ser completamente racional era motivo pra medalhas. De longe eu pude ver ele atrapalhado entre os escudos, todo aquele teatro podia convencer muita gente, mas eu sempre soube que sentir não era uma opção e que tinha muito por baixo de toda aquela capa mal remendada. E tinha mesmo, uma pessoa linda, eu juro. Bem, bem escondida, trancada debaixo da cama, como aqueles monstros da infância. Acho triste, covarde e solitário. Fraqueza demais deixar uma pessoa te matar por dentro. Ele se via o herói de Tróia, eu via um guerreiro medroso abaixando a espada pra primeira bandida. E, por coincidência, teste ou algum tipo de missão, sou casa pra esse tipo de gente que se embaralha toda com essa coisa de sentir e acha mais prático ou cômodo se bloquear. E eu, toda atrapalhada por natureza, tenho que ficar ensinando, arrumando, resgatando, me bagunçando. Enfim, sou jogada no campo de batalha, sem aviso, sem nem que eu perceba. Só que, instintivamente, não sou do tipo que recua, meu ataque não é agressivo e isso, por incrível que pareça, assusta bem mais que uma estratégia friamente calculada ou uma fuga de mestre. Quem vive se escondendo atrás de uma máscara não suporta a ideia de alguém descrevendo e percebendo cada gesto por trás, tudo que é tão rigorosamente protegido e escondido.
Tem gente que não quer ser resgatada e eu sou livre demais pra viver com alguém prisioneiro. Tecnicamente, não ganhei a batalha. Sinceramente, não fui eu que perdi.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Saudade

"Hoje sonhei com você, e era noite de lua cheia..."
Sei lá, queria que você soubesse que é você. Quando eu vou atualizar algum amigo dos meus fracassos amorosos e digo "ah, nem liguei, ele era meio vazio. Queria mesmo era... você sabe, né?". E eles sabem, sempre sabem que é você. Queria que você soubesse também. Que quando eu me pego idealizando muito "a pessoa certa" e torço o nariz pra mim, me achando exigente demais, penso que não queria mudar nadica de nada em você e sorrio, com saudade. Queria te dizer o quanto tudo que você disse ficou guardado em mim, marcado fundo, mesmo que eu tivesse ouvido tão calada. Mesmo sem ter respondido à altura. Foi só medo de falar demais e atropelar tudo, como sempre. Você nem imagina, mas é você, eu juro. Queria que soubesse do tanto que eu já escrevi, sobre você e pra você, mas nunca te enviei nem uma frase. Quando eu deixo a imaginação solta e me pego sonhando com programinhas bobos/românticos, vendo a lua de um lugar bonito com alguém, você é esse alguém. Eu acho que esse é o ridículo da vida, nunca saber a dimensão do espaço que a gente ocupa na vida dos outros, porque ninguém conta pra gente. Com medo de a gente fugir. E, ás vezes, a gente só quer- tanto, ficar. Tudo isso porque, em alguma esquina do caminho, a gente aprende, com a dor, que falar o que sente pode não ser a opção mais inteligente. E, a partir de então, a gente acaba meio burro. Empacado, batendo pé e cabeça. Complicando e dificultando o que já não é simples por natureza. Querendo dominar o que sente, o que o outro pensa, o que o destino planejou. Não é de hoje que o homem tem essa mania besta de entender e controlar o mundo. A gente acaba esquecendo que, na vida, o bom mesmo é se entregar. A gente sempre fica de marcar qualquer coisa e nunca marca, então vamos fazer melhor! Vamos fazer uma história e marcar duas vidas. Tô pronta. Passa aqui pra me buscar?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cansei...

Hoje deu vontade de chorar, e eu só queria um colo para encostar minha cabeça e fingir que o mundo lá fora não existe. Hoje eu queria um abraço daqueles que te sufoca de tão apertado e te protege de tudo. Hoje eu só queria ouvir “eu te procurei pra saber se você tá bem”, só pra sentir uma dor menos doída dentro do peito. Cansei de me sentir só. Cansei dos dias iguais, da rotina. Cansei de mim e de me deixar sempre em última opção. Cansei de mentir pra mim, pra ver se dói menos. Cansei de ouvir "eu sinto muito". Cansei de me preocupar com quem não se preocupa comigo. Cansei de sofrer e de acordar indisposto, cansei de sentir o coração bater mais forte, com uma sensação de arrependimento, de erro. Se a tristeza ensina, eu cansei de aprender. Cansei da vida. Cansei de você na minha vida.

A gente nunca sabe

A gente nunca sabe se vai durar uma noite ou um mês, se vai durar um ano ou a vida inteira. A vida é curta, o futuro é incerto, o destino muda, os caminhos se transformam. Na mesma hora que está tudo bem, já não está mais. Na mesma hora que está tudo caminhando certo, alguma coisa desanda. A vida é incerta, o tempo é incerto, o destino é incerto, o amor é incerto. Bate o medo, a indecisão, o receio. Dá um friozinho na barriga só de imaginar o novo, o recomeço, só de imaginar não saber o que vêm pela frente. Dá um medo de ter que começar tudo do zero, replanejar, refazer, recomeçar. Dá um medo tentar novamente e se decepcionar. Tudo bem ficar com medo, eu sei que não é fácil, faz parte, é por instinto, é por proteção que a gente fica com um pé atrás quando se trata em ter uma nova chance ou dar uma nova chance. A gente fica com medo da frustração, com medo de mergulhar de cabeça, de dar o máximo, de se entregar de corpo e alma e não ser correspondido da mesma forma. Eu sei que dá medo de não dar certo, de ser em vão, mas a gente tem que arriscar, aproveitar os segundos, viver os momentos, usufruir dos sentimentos. A gente tem que valorizar o agora, a presença, a companhia. Tem que valorizar o abraço, os gestos, o olhar. A gente tem que tentar e retentar enquanto temos a chance, afinal a gente nunca sabe se vai durar uma noite ou um mês, se vai durar um ano ou a vida inteira.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Parabéns

00:00! Marcava o relógio, e marca em mim mais uma data especial. Nem tanto dessa vez, já que hoje eu mal posso desejar o bem, mas eu desejo, por mais que tenha me feito mal. Desejo que abra a mente pra observar tudo o que roubou de uma vida que dava tudo por você. Tudo que tirou de mim e jogou no lixo, como quem usa e joga fora. Parabéns. Mas parabéns por ter feito com que tanto amor se transformasse em tanto ódio. Você tratou com frieza quem sempre lhe deu a mão, quem sempre te quis bem. Acreditou em pessoas com índole bem parecida as suas. E é isso que não me deixa lhe dar os parabéns. Não é a distancia, porque hoje em dia a tecnologia nos permite tanto em tão pouco tempo e tão fácil. Mas eu não posso dar os parabéns a alguém que de alguma forma destruiu parte de mim. Parabéns por que?! Parabéns pra que?! O merecedor faz por onde, não adianta se dizer do bem e somente fazer o mal. 00:00 marca no relógio. 26 de novembro. E em mim marca mais um dia triste, de lembranças das quais eu não gostaria de recordar. Era pra ser um dia feliz... E será, mas não pra mim. 00:00. Zero. Vários zeros... Que zera em mim o que eu sentia. Zera em mim a vontade de dizer parabéns, felicidades... Zera em mim a força que antes eu tinha para passar por esse dia sorrindo, zera em mim o sentimento. Só não zera o esquecimento, onde a cada segundo desses milhões de zeros presente nesse dia me trazem uma lembrança. Cresça. Mas cresça com a alma, com o coração. A idade é só um mero detalhe.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pensei em você hoje. Lembrei da gente daquele jeito que dá uma pontadinha no coração, sabe? Não era saudade, porque o jeito como terminou não me permitiu guardar vontade de voltar no peito. Foi tão bom enquanto foi e eu sinto tanta pena de você. Vi seu potencial tão de perto e você preferiu se acovardar pra vida, mais uma vez - que desperdício. Não sou egocêntrica e acho que a vida sou eu, se você estiver me lendo, vai saber exatamente do que eu tô falando. Zona mortífera de conforto. Tédio e um chão firme, que não te faz tirar os pés dele nem por um minuto. E que graça tem viver, se a gente não pode voar? Não sou do tipo que se arrepende e dessa vez não foi diferente, mas, o desperdício de tudo que você poderia ter sido ainda me causa algum desconforto. Chegou tão cheio de coragem, tão soltando os pesos, sem olhar pra trás ou pensar duas vezes. Mal acabou o primeiro tempo e você voltou tremendo, recolhendo os pertences caídos pelo chão. Eu, que sempre procuro esperar coisas ruins das pessoas, confesso que não esperava tanta covardia. Pelo menos não tão súbita. Parecia contraditório demais pra ser possível, mas covardes não se contradizem, só voltam atrás, pra vida estável e mais ou menos de sempre. É que eu não tô acostumada com esse tipo de gente. Por todo esse tempo me culpei por ter me permitido gostar, como eu gostei, de alguém tão raso e previsível. Mas, escrevendo esse texto, me libertei da culpa: eu, mais uma vez, acreditei na fé e na coragem no amor, que toda pessoa deveria guardar no peito. E isso, ah, isso impulsionaria a pessoa mais monótona do mundo a virar a vida de cabeça pra baixo, de um dia pro outro, porque ser feliz é a maior dádiva desse mundo. Eu erro muito, eu erro sempre, mas isso... isso não é um erro meu.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Oi! Como está a vida? Eu estou bem, mas você eu não sei. O fato é que não sei mais muito sobre você, mas ainda sei muito sobre mim. Parece que tudo passou, não te vejo mais e a saudade, traduzida em um aperto aqui no coração, me lembra de tudo, de tudo que eu não te contei. Eu pensei que havia sido clara, mas parece que não. Metáforas não funcionam quando precisamos falar do invisível. Metáforas são boas para se falar do óbvio, por isso acho que falhei! Falhei porque não disse tudo com clareza, me perdi pelo medo do não-correspondido e declarei sem declarar o amor que eu já não esperava que você percebesse. Presentes, poemas, músicas, não são suficientes, quando se precisa dizer na cara o que sentimos. Hoje, confesso que pensei em você. Lembrei de tudo, de tudo o que eu pelo menos vivi, senti saudade e pensei em como seria a vida, a vida que a gente não viveu. Acho que você não notou ou se notou, não me tocou, talvez, não quis me magoar, apesar de ter me machucado da mesma forma. Nem a amizade ficou. Tudo bem, assumo que sobrevivi, assim, mesmo que um pouquinho mais infeliz do que eu era antes. É que até a tristeza era mais feliz ao seu lado. Isso é só uma parte, trechos de tudo que eu não te contei. A vida é feita de escolhas e lamento, mas encaro que você não me escolheu. O que posso fazer? Seguir em frente. E hoje, em que meu coração sente sua falta e meus dias se acostumaram sem você, quero apenas lhe desejar bom dia, ou melhor, uma boa vida! Sem mim, sem nós...

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Você devia ter depositado mais fé na gente. Mais fé em mim, principalmente. Você não tem absolutamente nada demais e eu via em você o melhor do mundo. Te valorizava e te tratava como se a Fernanda Lima tivesse azar, coitada, por estar com o Rodrigo Hilbert e não você. Eu era fiel, de todas as maneiras possíveis, porque o meu corpo nem aceitava outra pessoa. Você devia ter se dado conta do quão raro e mágico é isso, principalmente hoje em dia. Fui sua amiga, sua parceira, sua confidente, seu ouvido e seu colo. Fui tudo que eu podia e não podia, fui do avesso e de todos os ângulos possíveis. E a gente poderia ter sido muito mais. Não sei se alguém vai se entregar pra você do jeito que eu me entreguei. Tão pura , tão descobrindo o amor. Acho muito difícil, sabe? Todo mundo anda todo remendado e desacreditado por aí. Difícil achar um coração zerado... o meu era teu e você não foi capaz de enxergar a imensidão disso. Sou grata a você, porque saí de nós pronta pra qualquer coisa. Qualquer dor. Sou grata também por ter me deixado tão solta, mas tão solta, que eu pude voar pra longe e descobrir que existe um mundo apesar de você e que esse mundo é incrível. Incrível a ponto de nem dar pra te enxergar aqui de cima. Parece uma formiguinha. Tá achando engraçado? Eu acho a coisa mais triste que poderia ter te acontecido. E sei que, se não hoje, um dia você vai achar também.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Silêncio...

O amor tem o som de uma porta se abrindo para alguém ser sempre bem-vindo a entrar e ficar. O que eu nunca pensei é que uma porta poderia ser por onde alguém sai para te deixar. Não tocou o som de nenhum alarme avisando que era a hora de despertar, pois você iria embora. Não me apareceu nenhuma opção "soneca", para eu te ter por mais dez minutos. Você foi embora, embora tudo o que eu sinto tenha ficado. Acordado tive que ficar a cada dia sem você, acordado, ainda que a cor dada não tenha sido aquela com a qual eu sonhei em pintar a vida que a gente ia ter. Coragem talvez seja agora a única cor que ajude a colorir a vida desde que eu não te tenho agora. Ainda que a minha cor preferida seja a cor verde, esperança cor verde de te ver de perto. E sem ti sentidos foram se perdendo, pois, quando alguém que se ama parte, a vida parece que fica sem sentido e sem sentidos, enquanto ressentido a gente espera pelo retorno. É o que a saudade faz, ressentir quando já não se pode re-sentir e a cada dia repetir a presença de alguém. Por um tempo seu cheiro ainda ficou, e eu podia me agarrar a alguma peça esquecida - enquanto você me esquecia. Eu sentia por dias o seu perfume, mas nenhuma fragancia traria de volta a essência de nós. Então nada mais teria aquele melhor cheiro - que ainda é o seu -, mas guardar o teu perfume seria camuflar o olfato ou o fato de que você não vai voltar? E quantos toques eu vou dar em outros corpos tentado tocar a minha vida adiante? Toquei várias portas na esperança de que, ao abrir alguma delas, eu fosse te reencontrar. Nada é mais macio como nossos melhores momentos e meu tato é agora só um lembrete de que tá tudo diferente. Talvez um pouco do brilho deixou de ser visto e o mundo esteja um pouco em câmera lenta. Em câmera lenta se vê o mundo e a vida, quando um amor parte e se torna lenda. E eu olhei cada esquina, em cada segredo que deixamos guardados por onde passamos, mas nunca com minha visão eu vi são o coração que eu te dei para morar. Troquei as visões por versões da vida nas quais você ainda esteja aqui. O tempo demora a ensinar o tempero para dar o gosto certo a um amor. Você aprende a fazer algo para quem você gosta amar, entende o que usar para dourar, mas como durar o tempo em que alguém te ama? E agora nada em meu palato para o ato de eu não sentir mais o mesmo gosto sem quem eu gosto. Mas de todos os meus sentidos o que mudou mesmo foi a audição. Você se foi e deixou o meu mundo mudo. Amor é barulho, saudade é silêncio. Não há mais o som do telefone com esperanças em forma de voz, não há mais o som das risadas que pareciam escolher viver entre nós. Não há mais o som do seu sono renovando o meu sonho, nem o tic-tac do relógio ansioso por mais um dia ao seu lado começar. Não ouço mais o som dos teus passos chegando e trazendo a alegria, apenas o som da esperança descendo mais um degrau a cada dia. Perdeu volume o som das nossas conversas com versos de musicar a força para enfrentar a vida. Silenciou o beijo, o abraço e aquele som da nossa roupa abrindo para nossos corpos tentarem se tornar um só (e a gente quase conseguia, lembra?). Meu mundo mudo ficou e como eu me mudo para onde eu posso falar? Tudo agora silencia, mas a saudade em mim grita. Mas a saudade em mim grita. Minha voz pode ir até onde minha saudade for, e ela vai a tudo, já que não te encontra em nada. A minha saudade é do tamanho do mundo e o problema é que esse mundo é grande demais. E em meio a este mundo mudo eu tento gritar que ainda não te esqueci. Ouço ou sou um pedido para você não me esquecer? O que importa é que qualquer porta, agora, porta o nome de esperança para quando você quiser passar. O meu amor ainda tem o som de uma voz te chamando para voltar, você poderia ouvir ou vir?

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Obrigada por não me deixar te esquecer. Porque a verdade óbvia e gritante é que eu nunca quis. Mas, um dado momento, achei que era preciso. Toda vez que eu ia sair, eu pensava em te chamar e concluía que o lugar não era bom o suficiente pra você. Que o programa, seja lá qual fosse, era pouco legal e tudo parecia sempre muito menos do muito que eu queria pra te impressionar- acho que essa é a palavra. E isso virou um ritual, rigorosamente cumprido toda vez que eu programava alguma coisa. Achei doentio e tentei focar numa possível cura. Mudei o cabelo. Conheci outros lugares e novas pessoas. Tentei me conectar com a natureza, pra ver se isso, enfim, me desconectava de nós. Engolia seu nome, a seco, nas conversas com as minhas amigas. Fiz as contas e era isso mesmo, eu não podia dar outro passo, porque não tava na minha vez de andar uma casinha nesse tabuleiro. Já tinha andado demais. Então obrigada por não ter deixado o jogo acabar. Porque, de todas as outras pessoas que eu conheci, nenhuma delas riu do meu humor azedo e grosserias doces. Ninguém me olhou com um sorriso de canto, disse "Você é muito debochada!" e me beijou com carinho, como se isso fosse a melhor coisa do mundo. Eu, tão respondona, fiquei quietinha pra observar e eternizar você. Te agradeço pelo apreço, por me olhar tão de perto. E, apesar dos pesares e desencontros da vida, agora eu sei que isso é certo: também não fui esquecida. Mas isso eu te agradeço pessoalmente, sem precisar dizer obrigada.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Quase...

Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: "Ei, não quer conhecer minha casa nova?" Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro. Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Se você não soube por ninguém, eu mesmo te conto – Ontem eu fui atrás de você, mais ou menos 10 horas da noite porque não estava aguentando de saudade, tentei te ligar antes mas o celular como de costume estava no mudo por isso você nunca me atende (é o que você sempre diz). Meus amigos falam que você não quer saber de mim, que eu ando fantasiando muito, te desejando muito que eu não passo de um 'mero apaixonado compulsivo' eles me chamam disso, letra por letra, eu não entendo, confesso! Por que não te achei semana passada? E ontem? por que você não me respondeu? Por que nunca consigo te ver? Não, eu não estou dando ouvidos aos meus amigos, juro! Mesmo até hoje você não ter falado eu sei que você gosta de mim – ou será que eu quero acreditar nisso? Ah, não importa… Me falaram que você saiu com outra pessoa no final de semana, não, não eu não acreditei eu confio em você, nunca você iria mentir pra mim eu te amo muito eu não estou cego, é verdade não é? Diz pra mim, fala… Quando puder me liga, faz semanas que nem ouço sua voz mas eu continuo te amando tá? Quando você precisar de novo de mim pode me procurar eu vou te ajudar amor, eu faço tudo pra te agradar eu sei que não o que você merece mas eu vou conseguir dar tudo que você quiser só pra te ver bem, eu não peço nada em troca, só que você me atenda, só que você deixe-me gostar de você, só que você me iluda, continue me iludindo porque é assim que eu to, iludido… Iludido que você me ama, que você é tudo que eu sempre quis, finjo que realmente seu celular sempre esta no mudo, que você não saiu com ninguém que você só tem olhos pra mim, mas eu sei que é mentira, eu sei que você nunca vai me merecer, eu sei que você nunca vai ser feliz comigo porque meus amigos estão certos, eu mereço mais do que você, eu mereço alguém que me ame na mesma intensidade e fazer planos com você é como escrever num papel higiênico e limpar a bunda em seguida! Mas enquanto eu estou cego por você eu vou continuar nessa, mas aproveita, aproveita muito porque quando eu perceber que você não me merece eu vou sumir, vou sumir e ser feliz sozinho ou não, eu vou estar bem só pelo fato de ser a melhor coisa que você nunca teve. Vou ficar melhor ainda em saber que você foi e sempre será a pior coisa que eu nunca tive.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Príncipe Encantado

"E viveram felizes para sempre!". Quando eu era pequena eu ouvia, assim como você, a história dos príncipes encantados. A princesa estava em perigo, o amor era a salvação, o príncipe aparecia e tudo tinha um belo final, com passarinhos cantando, bules falantes e cavalos brancos com asas. Hoje acho mais fácil encontrar um bule que converse, um passarinho cantando Frank Sinatra e voar nas costas de um cavalo branco do que encontrar um príncipe encantado. Não que os príncipes não existam, o problema é que eles perderam o encanto! O que fazia um príncipe ser encantado? Seu cavalo branco (alado ou não)? Sua ligação com a realeza? Seus milhões? Sua bela forma física? Sua roupa justa e sua capinha? Não, não. O que o fazia ser era o seu encanto. E encanto não se compra, não se adquire, ou se tem ou não se tem, não há meio termo. Não há príncipes quase encantados, e a única coisa que você ganha beijando sapos esperando que virem príncipes é "sapinho", às vezes, literalmente. Os tempos passaram e os príncipes mudaram. Largaram os cavalos brancos e agora querem surgir montados em Ferrari, Cherokee, ou Honda. Esqueceram de matar o Dragão para salvar o amor e passaram a pegar tudo quanto que é "dragão" que surge na reta. Trocaram a calça justa e a capa por roupinhas de playboyzinho compradas em qualquer Vide Bula da vida. Deixaram de colecionar virtudes e batalhas vencidas contra o mal para somar amores de uma noite. Se tornaram tão dignos que não dá para saber se é melhor amar a bruxa ou o príncipe. E não adianta jogar as tranças, comer a maça, cantar à beira mar, porque eles só vão olhar para você se suas formas compensarem meia hora de diversão. Romantismo? Jamais! Caso demonstre alguma ponta de romantismo você será chamado de pegajoso, grudento, ultrapassado, e perderá seu "príncipe". Agora, a maioria é assim, mas não são todos. Em algum lugar, em algum canto deve haver ainda os príncipes encantados. O negócio é "dar faxina no seu castelo", ajudar todos "anões" que surgirem pelo caminho, ensinar as "feras" a ler, até encontrar o príncipe encantado. Tudo bem, é até perdoável jogar a trança de vez quando para um príncipe falso e sem encanto subir ao quarto (ninguém é de ferro), mas eu não desisto de vestir aquela bela roupa, perder o salto pelas escadas e se minha carruagem virar abóbora, não ligo, a última moda é o bio-combustível, não é? Se nada der certo, desisto! Espeto meu dedo numa agulha, durmo 100 anos e espero ser acordado. Caso também não funcione. eu compro um despertador potente, um bela garrafa de vodka e desperto pronto para a próxima. Que seja por um dia, uma hora, ou anos, mas que venham príncipes, que venha amor, que venha encanto. E viva os príncipes realmente encantados e os que permanecem fiéis aos sonhos e ainda acreditam no amor, e em todo o seu encanto, momentâneo ou eterno, mas encanto! (créditos /eusoqueriaumcafe)

quarta-feira, 5 de março de 2014

Confiança

O que destrói a confiança se não o mesmo motivo que te levou a tê-la? Acreditar. Acreditamos que o alguém vai ser bom e confiável, e que nunca seria capaz de nos mentir, mas aí mente. Quebra a cara da gente, o coração, a confiança... Quebra todo o amor e fé que nela depositava. Por ironia ou não, seu coração decide dar mais uma chance para a maldita confiança, e passa uma borracha nos erros, e pega o lápis pra desenhá-los novamente. Mas daí o lápis escorrega, não porque você quis, e sim porque esbarraram em sua mão. De novo, mais uma vez. Aí a confiança quebra. A mentira por mais que pareça ser boa, ser escondida, ela aparece. Na hora certa Deus nos mostra a verdade, e a verdade machuca. Dói, de verdade, como se cravassem uma faca bem no meio do coração. Aí a gente chora, pede força de novo pra Deus, e mais fé! Fé para acreditar nas próximas pessoas que surgirem, ou até mesmo pra acreditar na vida. Confiar em alguém é colocar teu coração ali, na mão do desconhecido, e mesmo assim, a pessoa aperta, aperta até explodir. A gente vai por aí criando fé, coragem, força... Pra reconstruir o coração, a confiança. Primeiro em mim. Primeiro eu. Primeiro a confiança e o respeito. Quem não se respeita vai respeitar o próximo? NUNCA. Quem não tem um exemplo de pessoa boa de confiança dentro da própria casa vai sair espalhando confiança e verdade por aí? JAMAIS! Não adianta implorar verdade da vida, se a pessoa vive na mentira. Viver mentindo, sendo outro, sendo estúpido é muito fácil. Eu quero ver ser amado pelo que é, pela verdade, pela alma. Aí é complicado, a gente não espera mentira, a gente espera e quer VERDADES. De uma coisa eu me dei conta, não adianta querer mudar o diabo, transformá-lo em algo melhor. Quem nasce em berço de fogo, vai morrer sempre do próprio veneno. E vai crescer rodeado de pessoas de má fé e sem alma. Porque convenhamos, quem é que suporta alguém tão sem fé ao lado? Somente pessoas iguais. Muito fácil fingir, muito fácil viver a vida de mentiras. Difícil mesmo é ser você, é ser amado pelo que é, e não pelo que tem! Magoada? Triste? Noite mal dormida? Sim, tudo isso. Mas o que mais me dói ainda é não mais conseguir acreditar. Nem pela mentira, mas pela falta de fé que eu depositei em mim em relação a você. Tristeza demais se dar conta de que existem seres humanos tão sujos nesse mundo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

...

"Há muito tempo eu não perdia uma noite por causa de alguém. Talvez tenha sido a pior noite da minha vida depois que te conheci. Engraçado, porque todas às noites eu vou dormir com você na cabeça, mas dessa vez foi diferente. Foi diferente porque ontem eu não senti saudade como o de costume, era só tristeza mesmo. O que eu sentia era uma imensa vontade de por um ponto final nessa nossa história sem começo. Mas, ao mesmo tempo eu queria acreditar que você era diferente, porque eu sempre tive esperança em você, sempre achei que você iria me fazer ver o mundo com outros olhos. Fiquei durante muito tempo pensando numa maneira certa de agir, foi aí que decidi esquecer essa porra de quase-amor que eu sinto por você. E era isso que mais doía, o quase-amor, porque no fundo eu queria que fosse amor. Mesmo assim, insisti em colocar um ponto final. Jurei pra mim mesmo que ontem à noite seria última vez que eu iria olhar suas fotos e ouvir a nossa música, apaguei suas mensagens, exclui suas fotos, joguei fora tudo que me lembrava você. Bateu o desespero e chorei igual uma pré-adolescente quando leva seu primeiro fora. Chorei até dormir e acordei lembrando que havia sonhado com você. Agora nem dormir em paz eu posso mais, ver você se tornou uma questão de fechar os olhos. Não chorei mais, em compensação quebrei meu juramento assim que saí da cama, fui correndo ver suas fotos e jurei de novo que seria a última vez. Fiquei triste o dia inteiro, aí você me procura, inevitável, acabei sorrindo ao ver você falando comigo. Droga, você também não me ajuda. Queria tanto ficar bem sem você, sem falar, sem contato, mas ao mesmo tempo quase morro quando você não me conta como foi seu dia. Já basta essa distância insuportável e ficar um dia sem ter noticias suas acaba comigo. Mas, decidi que preciso te esquecer. Só que eu acabo lembrando, de como você é lindo quando ta comigo, do seu sorriso, dos seus olhos fixados nos meus, das suas mãos nervosas no meu corpo, de como é bom dormir com você e sentir sua boca na minha enquanto a gente “tenta” dormir. Talvez essa é a parte que mais me dói, ter que esquecer tudo isso. Ou talvez, o que mais me dói é ter fantasiado a nossa relação porque você me deu espaço pra isso. Durante muito tempo eu esperei por você, mas infelizmente, eu não moro em um castelo e muito menos sou uma princesa, pra ficar procurando em você um príncipe pro meu conto de fadas. A não ser que você construa um castelo e me peça pra ficar e nunca mais desistir de você."